Depoimentos

Veja os depoimentos de professores e alunos,
motivados pela Medida Provisória 746 de 2016. 

EM DEFESA DO ENSINO DO ESPANHOL NO BRASIL





Depoimento da Profa. Gretel Eres Fernández


Divulgado aqui com autorização da autora.




Depoimento de Aline Veiga

Desabafo: o textão é necessário.

Quem me conhece desde criança sabe o quanto sou apaixonada pela língua espanhola. Em 2012, quando estava no 1º ano do ensino médio, entrei para um cursinho, por vontade própria. Até então sem ter muito contato, pois fui ter espanhol apenas no 3º ano do ensino médio. Fiz cursinho de espanhol por dois anos. 

Em 2014, decidi então que iria prestar vestibular para algumas faculdades que oferecessem o curso de licenciatura em espanhol. Ouvi de muitas pessoas, "Espanhol?" "Professor? Por que?" "Professor ganha pouco, é terrível" "Faz inglês, pelos menos" "Vai pra engenharia"... entre muitas outras coisas que apenas respondia com um sorriso. 

Entrei para a UFSM, no segundo semestre de 2015, muito empolgada com o curso, por ter apoio de muitas pessoas. Mudei de cidade, fui para longe dos meus pais, da minha família, para uma cidade onde não conhecia nada. No começo bateu um desespero, ligava para minha mãe chorando, com vontade de desistir de tudo. Mas tudo acabava se resolvendo. 

Estava sendo um ano muito bom, recebi um convite para ser monitora, de uma das turmas do espanhol, na faculdade. Prontamente aceitei, estava muito empolgada e feliz com tudo aquilo, - o que estava sendo algo essencial para eu ter a certeza de que queria seguir nesta área. 

Eis que algumas semanas após o início do semestre, recebo a notícia de uma tal de reforma do ensino médio, junto dela a revogação da lei nº 11.161, de 2005, onde era obrigatório a inclusão da disciplina de língua espanhola, nas escolas. Então, ficando como obrigatória apenas a língua inglesa, - aquela que na escola a gente fica todos os anos apenas estudando o verbo "to be", e mesmo assim sai de lá sem saber nada! 

Como assim? Língua optativa? E agora? O que a gente faz? Segue fazendo o que o professor sempre fez, em toda a carreira dele. Não se cala, continua lutando para tentar mudar algo, no nosso país, onde ser professor é tão desvalorizado. Jamais será um professor aquele que tem apenas o notório saber, isso não basta! Para se formar professor, no mínimo se levava 5 anos. E agora o governo quer formar professores em 5 semanas?! Ser professor vai muito além disso, é preciso ter didática, noções de metodologia, a vocação, a paixão pelo ensino, a vontade de mudar algo, de formar pessoas de valores. Ser professor não é uma simples profissão.

Cortar o espanhol do nosso ensino é quebrar o vínculo latino-americano. É perder a rica literatura que nos oferece autores tanto espanhóis como latino-americanos. O espanhol ocupa uma posição de muita importância mundialmente, é a segunda língua nativa mais falada do mundo. Mais de 332 milhões de pessoas falam espanhol como primeira língua, sendo língua oficial de 21 países. 

Você acha mesmo que o espanhol, como as outras disciplinas, devem ser retirados? E que ao invés de procurarmos mudanças para ampliar o ensino nas nossas escolas, ele seja diminuído cada vez mais?

NÃO MERECEMOS SER TAXADOS COMO PROFESSORES OPTATIVOS!
O texto original está disponível no facebook da autora.
Publicado aqui com autorização.



Depoimentos da Profa. Angelise Fagundes e do Prof. Marcus Fontana




Depoimento da Profa. Jorgelina Tallei




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